Sinopse: Andarilhos chegam de terras distantes para contar e encenar histórias que ouviram em suas viagens. A primeira história é sobre um homem que trabalhava arduamente sem receber recompensa e, refletindo sobre sua vida, decide ir perguntar a Deus o motivo de seu sofrimento. No caminho ele encontra diversos personagens que pedem para fazer outras perguntas a Deus. É um longo caminho a seguir. Será que ele vai conseguir?
Como as minhocas que, dizem, tornam fértil a terra que atravessam às cegas, as histórias passam das bocas aos ouvidos e vêm dizendo, há muito tempo, o que não pode ser dito de nenhuma outra maneira. Algumas giram em torno e se desenrolam no seio de um mesmo povo. Outras, como se fossem feitas de alguma matéria sutil, atravessam as muralhas invisíveis que nos separam uns dos outros, ignorando o tempo e o espaço, e simplesmente se perpetuam.
J-C. Carrière.
Na segunda é apresentado um pobre homem que vive das poucas esmolas que recebe dos frequentadores da praça central de uma pequena cidade, até que um dia, ele tem a oportunidade de transformar sua vida devido o aparecimento de um magnífico monarca diante de sua presença. O que deverá ele fazer?
Um jovem elefante se desentende com alguém de sua manada e sai em uma louca corrida em direção ao rio; em meio à desordem que provoca, um de seus olhos caí na água… O que vai acontecer é o conteúdo desta terceira história.
A quarta história é etíope e nos conta sobre um velho, à beira da morte, que decide deixar como herança o seu casebre para os três filhos. Mas eles não querem repartir. Dessa forma, o velho terá que pensarem uma prova para deixar o casebre para o filho mais sábio.
Encenamos estas histórias por entender, como disse W. Benjamin, que: “o narrador é um homem que sabe dar conselhos. Mas se “dar conselhos” parece hoje algo de antiquado,é porque as experiências estão deixando de ser comunicáveis. Em consequência, não podemos dar conselhos nem a nós mesmos nem aos outros. Aconselhar é menos responder a uma pergunta que fazer uma sugestão sobre a continuação de uma história que está sendo narrada. Para obter essa sugestão, é necessário primeiro saber narrar a história (sem contar que um homem só é receptivo a um conselho na medida que verbaliza a sua situação). O conselho tecido na substância viva da existência tem um nome: Sabedoria. A arte de narrar está definhando porque a sabedoria – o lado épico da verdade – está em extinção”.
Por fim, por acreditar que estas histórias antigas estão repletas de sabedoria, ousamos encená-las.
Duração: 60 minutos. Recomendação etária: a partir de 6 anos.
Apresentação: Sábado, dia 26 e outubro, às 17h00 | Sábado, dia 02 de novembro, às 17h00
Ingressos
R$ 30 (ingresso solidário), R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia), R$ 5 (alunos Paidéia), gratuito para Professores da Rede Pública e alunos da EMEF C.A Rizzini.
Crítica
09/06/2017 – Revista Crescer
“Paideia expõe a força dos narradores nas peças para crianças” por Dib Carneiro Neto
02/06/2017 – Guia da Folha de São Paulo
“Crítica: Com Fernando Pessoa e boa trilha, ‘Histórias que o Vento Traz’ leva à reflexão” por Mônica Rodrigues da Costa
Ficha técnica
Direção e texto: Amauri Falseti / Elenco: Rogério Modesto, Suzana Azevedo e Valdênio José / Direção musical: Marcos Iki / Cenário e figurino: Aglaia Pusch / Iluminação: Rogério Modesto / Cartaz: Cíntia Donatelli / Fotos: Ninguém dos Campos e Camila Amorin.