Paideia recebe: “133 conselhos para adultos barulhentos”

repousos, digressões e derivas com o livro Semente de crápula. Conselhos aos educadores que gostariam de cultivá-la, de Fernand Deligny

Juliana Jardim, Luiz Pimentel, Auber Bettinelli, Bruno Moreno, Thomas Rohrer

“Jean pegou a torrada de Paul. Então Paul receberá uma torrada de Jean. Sim, mas Jean deverá dar a Maurice o torrão de açúcar que Charles o fizera trocar por um porta-penas que Henri extorquira de Louis e que ele recebera de Marcel em troca de um chute no joelho e depois de ameaças misteriosas, e o tal Marcel havia roubado quatro bolas de gude de Paul que as tinha pegado emprestadas de Jean. A verdade está no fundo do poço, mas a corda com a qual você a puxa é tão longa, tão longa, que quando a verdade chegar à borda você estará muito longe para sequer ver a cor dos cabelos dela.”

“Você reconhecerá aquelas que foram criadas por uma mulher, as que foram criadas por velhos, as que cresceram num orfanato e as que mamaram as muralhas.”

“Alguns dos que fazem esse nosso trabalho creem em Deus; outros têm fé nas pessoas.”

trechos de Semente de crápula

Por volta de 1943, Deligny começou a fazer “uma pipa, duas pipas”: as fórmulas, cantigas, aforismos e paradoxos de Semente de crápula.  

“Há dois mundos. Aquele das fórmulas, formulinhas, charadas e parábolas e aquele do que acontece a todo momento aqui embaixo com quem quer ajudar os outros. Se, uma vez lidas, algumas de minhas palavras estremecem alegremente no céu de algumas memórias, melhor assim: aí está sua razão de ser. Mas aquele que quiser se servir delas, aplicá-las de alguma maneira, se daria conta, ao mesmo tempo, do que são feitas: pedaços de páginas lidas, coladas e penduradas sobre os galhos maleáveis e leves arrancados de uma espécie particular de entusiasmo que surge cada vez que um menino me aborda. Que foi mil vezes serrado, derrubado e de cujo tronco nunca param de brotar rebentos.”
Fernand Deligny, que se autonomeava poeta e etólogo

Dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25/06.
Sextas e Sábados, às 20h.
Domingos, às 16h.


Indicação etária: 18+
Lotação: 30 lugares
Duração: 120 minutos

Entrada gratuita

** A Bilheteria da Paideia abre meia hora antes do espetáculo.



16 de junho, sexta, 20 horas
direção e performance Juliana Jardim e Luiz Pimentel 

17 de junho, sábado, 20h
direção e performance Juliana Jardim e Luiz Pimentel 
artista convidado Auber Bettinelli

18 de junho, domingo, 16h
direção e performance Juliana Jardim e Luiz Pimentel 
artista convidado Bruno Moreno
com interpretação em LIBRAS

23 de junho, sexta, 20 horas
direção e performance Juliana Jardim e Luiz Pimentel 

24 de junho, sábado, 20h
direção e performance Juliana Jardim e Luiz Pimentel 
artista convidado Thomas Rohrer

25 de junho, domingo, 16h
direção e performance Juliana Jardim e Luiz Pimentel
com acúmulo das performances propostas pelos convidados


direção e performance
Juliana Jardim 
Luiz Pimentel  

artistas convidados
Auber Bettinelli
Bruno Moreno
Thomas Rohrer  

parcerias
n-1 edições
TUSP-Teatro da Universidade de São Paulo
Paideia Associação Cultural

produção executiva
Stella Garcia
Miguel Prata (primeira etapa)

consultoria técnica
luz  Melissa Guimarães
cenografia  Silvana Marcondes

design gráfico
Thiago Schiavetti Jardim 

gestão e realização
Nós três teatro e palavras